A vereadora Gisa Barros (União Brasil) voltou a criticar duramente a atuação do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Várzea Grande durante a última sessão ordinária da Câmara Municipal. Em um discurso enfático, ela afirmou que a autarquia é “ineficiente, arcaica e sem retorno para a sociedade”, e declarou ser favorável à privatização completa do serviço, descartando a concessão parcial proposta pela prefeitura.
“Desde 2017 eu venho subindo nessa tribuna para falar do DAE. Já pedi a troca de gestores, já cobrei soluções, mas o problema continua o mesmo. É uma autarquia velha, ineficiente, que não dá retorno. Falam em sobra de R$ 3 milhões, mas isso é nada perto do que já foi investido - mais de R$ 100 milhões”, afirmou a vereadora.
Gisa destacou que o déficit na entrega do serviço é generalizado, citando bairros que ficaram semanas sem água e moradores que precisaram recorrer a carros-pipa para suprir o abastecimento. “No meu condomínio, no início do ano, tivemos de gastar R$ 18 mil com carro-pipa. Ficamos um mês sem água. Isso é um desserviço”, disse.
“Concessão não resolve, é preciso privatizar”
A vereadora reafirmou sua posição favorável à privatização do DAE e disse que a concessão pública não trará resultados concretos. “Para mim, concessão não resolve. Já falei isso em 2017. O problema do DAE é estrutural. Precisa ser privatizado. É a única forma de transformar esse caos em eficiência”, defendeu.
Ela mencionou experiências negativas de concessões no estado e no município. “Temos exemplos claros de fracasso. A Energisa, que é uma concessão estadual, presta um serviço vergonhoso, e o transporte público em Várzea Grande é outro desastre. Não quero que o DAE siga o mesmo caminho.”
Além da autarquia, Gisa criticou a Energisa, concessionária de energia elétrica, e o monopólio do transporte coletivo na cidade. Segundo a parlamentar, a empresa presta um serviço precário e desorganizado, deixando moradores sem energia e acumulando fios e restos de poda em vias públicas.
“A Energisa corta as árvores, deixa os galhos nas ruas e não recolhe. A população paga caro por um serviço péssimo. É a mesma situação com o transporte público, uma cidade com mais de 300 mil habitantes não pode depender de uma única empresa para atender todo mundo”, disse a vereadora, com apoio de outros parlamentares que pediram aparte.
Encerrando sua fala, Gisa Barros reiterou que o DAE deixou de ser uma autarquia voltada ao interesse público. “Hoje o DAE é apenas um cobrador. Não presta serviço, só cobra. É um desserviço para a população várzea-grandense. Essa autarquia não dá retorno, só dá prejuízo”, criticou.
A vereadora lembrou que a Câmara já realizou audiências públicas sobre o tema e enviou ofícios cobrando melhorias, mas sem resultados práticos. “As cobranças existem, os ofícios são enviados, mas nada muda. A população continua sofrendo com a falta d’água e com tarifas altas. É por isso que defendo a privatização — porque o que temos hoje é uma estrutura que parou no tempo”, concluiu.






