O deputado federal Nelson Barbudo (PL-MT) afirmou que a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de lançar o nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a disputa presidencial de 2026 encerrou divergências internas e devolveu protagonismo ao ex-chefe do Executivo. Para ele, a definição elimina “fofocas de bastidor” e evita discursos desencontrados que surgiam após conversas isoladas com Bolsonaro.
“Cada um saía de uma reunião dizendo uma coisa. O Bolsonaro estava perdendo o protagonismo. Agora temos candidato”, afirmou o parlamentar.
Barbudo também disse acreditar que Flávio deve permanecer como nome do PL, embora reconheça que negociações continuam. “Garantia 100% ninguém tem, mas, na minha avaliação, ele será o candidato. A primeira pesquisa mostrou empate técnico. A esquerda está tremendo”, declarou.
O deputado afirmou que o eleitorado conservador está “cansado” e que a conjuntura favorece a oposição. Ele criticou a reforma tributária, disse que a proposta “vai destruir o empresário brasileiro” e classificou a política fiscal do governo Lula como “um ataque à classe média”.
Barbudo também fez críticas severas ao Judiciário e falou em “início de ditadura” — afirmações recorrentes em alas radicais da direita. Para ele, a candidatura de Flávio deve apresentar propostas de “freio” entre os poderes e defender pautas econômicas e de segurança pública.
Em relação às denúncias envolvendo o senador, como o caso das rachadinhas, Barbudo minimizou. “Tem sentença transitada? Não. Já as condenações do Lula e da família dele, ninguém fala. A imprensa grande é podre”, disse. Ele citou ainda o caso Banco Master como exemplo de “silêncio” da mídia.
Tarcísio, Michele e disputa interna
Barbudo disse que Tarcísio de Freitas ainda não está descartado do debate, mas que o governo “tem mais medo de Flávio do que de Tarcísio”. Ele argumentou que políticos costumam esquecer que “precisam combinar com o povo”.
Sobre a escolha de Bolsonaro entre Michele Bolsonaro e o filho, Barbudo afirmou que a disputa presidencial é “truculenta” e que Flávio, por ser senador, estaria mais preparado. “Ele negocia, dialoga e aguenta a pressão.”
Pauta da anistia: “Nunca deixaremos”
O parlamentar também afirmou que o PL seguirá atuando pela anistia ampla, geral e irrestrita aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Ele disse que o Senado sinalizou apoio e que a fala do senador Otto Alencar contra o projeto não representa a posição da Casa.
“O nosso líder, Sostenes, já comunicou que a partir da semana que vem vamos trabalhar para isso. Bolsonaro disse: ‘Se anistiar o povo, eu posso ficar de fora’. Vamos lutar”, declarou.
Barbudo também afirmou que empresários e apoiadores presos deveriam ser ressarcidos, citando, de forma controversa, indenizações concedidas em outros contextos políticos. “É do povo. Vamos lutar para isso”, completou.






