Ao comentar os investimentos sociais do governo de Mato Grosso, o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, afirmou que o Estado deve encerrar o ano com cerca de R$ 300 milhões aplicados em políticas habitacionais. Segundo ele, os recursos são executados por meio do programa Ser Família Habitação e de parcerias com a União e com prefeituras, com potencial para viabilizar a construção de aproximadamente 10 mil moradias.
De acordo com Gallo, a atuação do Estado ocorre em duas frentes. A primeira é a construção direta de unidades habitacionais destinadas a famílias em situação de maior vulnerabilidade social, sem capacidade de pagamento. A segunda envolve a concessão de subsídios que variam entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por imóvel, direcionados a beneficiários de programas habitacionais federais e estaduais.
Questionado sobre a vinculação dos recursos ao Fundo Estadual de Transporte e Habitação, o Fethab, o secretário explicou que a arrecadação anual do fundo gira em torno de R$ 3,5 bilhões. Em 2024, segundo ele, cerca de 10% desse valor foi destinado à habitação. Gallo ponderou que a legislação prevê uma indicação de aplicação, e não uma obrigação rígida, e afirmou que o governo tem ampliado gradualmente os aportes conforme aumenta a capacidade de investimento do Estado.
O secretário destacou ainda que o volume de R$ 300 milhões aplicado em habitação em 2024 deve se repetir em 2025, com perspectiva de crescimento nos anos seguintes. Para ele, a meta é consolidar a política habitacional como ação permanente do Estado, com recursos previsíveis e contínuos.
Na área da saúde, Gallo rebateu críticas sobre suposta insuficiência orçamentária diante das demandas do sistema estadual. Ele afirmou que, nos últimos sete anos, o governo concentrou investimentos em obras estruturantes, como a construção de quatro hospitais regionais no interior, o Hospital Central em Cuiabá e aportes superiores a R$ 150 milhões no Hospital Universitário Júlio Müller.
Segundo o secretário, somente em 2024 os investimentos em infraestrutura de saúde somam cerca de R$ 800 milhões, em despesas que não se repetem anualmente. Por isso, ele defendeu a necessidade de um redimensionamento do orçamento quando todas as unidades estiverem em pleno funcionamento, separando gastos pontuais de implantação dos custos permanentes de manutenção.
Gallo também criticou a redução da participação da União no financiamento da saúde em Mato Grosso. De acordo com ele, em 2019 cerca de 17% do orçamento estadual do setor era composto por repasses federais, percentual que atualmente estaria em torno de 6%. Na prática, isso significaria um repasse de aproximadamente R$ 500 milhões, quando, segundo o secretário, o ideal seria algo próximo de R$ 1 bilhão.
“Quem faz a saúde em Mato Grosso hoje é o governo do Estado, com apoio da Assembleia Legislativa”, afirmou, ao defender maior participação do governo federal no custeio do sistema de saúde estadual.






