Por André Charone*
Você já chegou ao fim do mês com a sensação de que o salário evaporou? Se a resposta for “sim”, saiba que não está sozinho. A falta de organização financeira é um dos maiores inimigos silenciosos do bolso dos brasileiros. Mais do que dívidas, ela gera ansiedade, atrapalha planos e pode até comprometer relacionamentos.
E para entender por que isso acontece e como sair dessa armadilha, o professor universitário, referência em finanças pessoais e autor do livro “A Verdade Sobre o Dinheiro”, André Charone, explica que, na prática, desorganização significa abrir mão do controle da própria vida.
“Muita gente não faz ideia de quanto ganha e de quanto gasta. Sem esse controle, qualquer imprevisto vira uma tempestade. O problema não é só ganhar pouco, mas sim não saber lidar com o que se ganha“, alerta Charone.
Quando a falta de organização vira dívida
O cartão de crédito é o exemplo clássico. Segundo o Banco Central, os juros do rotativo ultrapassam 400% ao ano. Ainda assim, milhões de brasileiros recorrem a ele por não planejarem seus gastos.
Charone faz um alerta direto:
“O crédito pode ser um aliado, mas quando usado sem planejamento, vira a porta de entrada para o superendividamento. É como se você estivesse construindo um castelo em areia movediça.“
Outro erro comum é cair em golpes e promessas de enriquecimento fácil. Em um cenário de desorganização, o apelo de “dinheiro rápido” se torna irresistível.
“Se a maior parte do lucro vem do recrutamento de pessoas e não da venda de produtos, desconfie. É pirâmide. E quem está desorganizado financeiramente se torna presa fácil desse tipo de armadilha“, explica.
Os sinais de que você já perdeu o controle
Charone aponta alguns sintomas claros de desorganização financeira:
Você não sabe exatamente quanto recebe ou quanto gasta.
Vive no limite do cheque especial ou cartão de crédito.
Paga contas atrasadas com frequência.
Sente ansiedade só de ouvir falar em “orçamento”.
Segundo ele, reconhecer esses sinais é o primeiro passo para virar o jogo.
“Negar o problema não vai resolvê-lo. Organização financeira é como ir ao médico: quanto mais cedo você identificar os sintomas, mais fácil é o tratamento.“
O que fazer agora: o melhor método de recomeçar
Para recuperar o controle, Charone sugere um passo a passo simples e prático:
Controle de gastos: anote absolutamente tudo. Não importa se é no app, planilha ou papel, o importante é ter clareza.
Orçamento realista: some o que entra e o que sai. Enxergue para onde o dinheiro está indo.
Priorize dívidas caras: elimine primeiro aquelas com juros mais altos, como cartão e cheque especial.
Crie metas: curto, médio e longo prazo. Sem objetivos, fica fácil perder o rumo.
Eduque-se sempre: ler sobre finanças ajuda a construir novos hábitos.
“Organização não é frescura, é sobrevivência financeira. O brasileiro precisa parar de terceirizar suas escolhas e assumir as rédeas do próprio bolso“, conclui Charone.
Organização é liberdade
A desorganização financeira não é apenas um problema de planilhas, mas de vida. Ela rouba sua paz, seus planos e sua capacidade de sonhar. Organizar-se é mais do que pagar contas em dia, é garantir liberdade para decidir o futuro.
E se há um recado que André Charone deixa claro é este: quem não controla o dinheiro acaba sendo controlado por ele.
*André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA).
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