O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), afirmou que o Parlamento estadual vai manter uma postura independente em relação ao governo Mauro Mendes (União) e criticou a tentativa de renovação antecipada da concessão da Energisa, responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Estado.
Em entrevista concedida nesta quarta-feira (29.10), Russi disse que a Assembleia “não é obrigada a atender o que o governo deseja” e que os deputados têm autonomia para decidir sobre o projeto do Tribunal de Justiça (TJMT) e o orçamento estadual, que estão entre os temas mais sensíveis em pauta.
“A Assembleia é um poder independente. São 24 deputados, cada um com liberdade para votar como entender. O governo tem o direito de defender suas posições, mas quem define o encaminhamento é a maioria da Casa”, afirmou.
Russi criticou o fato de a Energisa evitar o debate público sobre a renovação da concessão no Estado e tentar discutir o tema “a portas fechadas” em Brasília, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Ministério de Minas e Energia.
“É lamentável. A Energisa quer discutir lá, com duas ou três pessoas dentro de uma sala, sem conhecer a realidade de Mato Grosso. Temos cidades que não recebem empresas porque não há energia suficiente ou de qualidade. Isso trava o nosso desenvolvimento”, afirmou.
O presidente destacou que já tratou do assunto com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, pedindo que o governo federal cobre investimentos de expansão e melhoria da rede elétrica.
Segundo Russi, municípios como Gaúcha do Norte, Primavera do Leste e Sorriso têm enfrentado quedas constantes de energia, que prejudicam empresas e impedem novos investimentos.
“Se cruzarmos os braços agora, seremos culpados depois. Estão antecipando uma renovação de contrato que ainda tem dois ou três anos de vigência, e isso é estranho. Precisamos garantir que haja obrigações e contrapartidas para o Estado”, alertou.
Projeto do TJ e relação com o governo
Sobre o projeto do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que divide opiniões entre os deputados, Max Russi afirmou que o texto deve retornar à pauta na próxima quarta-feira (5), após análise da Procuradoria e parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“O projeto está na Procuradoria. A CCJ deve receber amanhã e emitir parecer rápido. Acredito que estará na pauta na próxima quarta-feira”, explicou.
Russi minimizou as divergências ocorridas na última sessão, quando alguns parlamentares reclamaram que seus votos não foram computados corretamente.
“Houve um embate, faz parte do processo. Os ânimos se acirraram, mas já está tudo tranquilo. Conversei com todos os deputados, não há animosidade”, garantiu.
Servidores e reajuste do RGA
Questionado sobre as reivindicações dos servidores públicos em torno do Reajuste Geral Anual (RGA), o presidente disse que a Assembleia tem dado voz ao movimento, mas ressaltou que a decisão final cabe ao Executivo.
“Os servidores têm uma pauta justa. Nós cobramos diálogo ao secretário Basílio, mas a Assembleia pode apenas encaminhar o pedido, não obrigar o governo a atender”, explicou.
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