08 de Dezembro de 2025
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Política Sexta-feira, 21 de Novembro de 2025, 10:34 - A | A

Sexta-feira, 21 de Novembro de 2025, 10h:34 - A | A

Maioridade penal

Presidente da Câmara de VG defende endurecimento penal e relata morte de sobrinho em crime cometido por adolescente

Em audiência sobre a PEC 32/2015, Wanderley Cerqueira defendeu mudanças na legislação e afirmou que a impunidade marca famílias “para sempre”.

Rojane Marta/Fatos de MT

O presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, vereador Wanderley Cerqueira (MDB), fez um pronunciamento marcado por forte tom pessoal durante a audiência pública sobre a PEC 32/2015, que trata da redução da maioridade penal em casos de crimes graves. Em sua fala, ele relatou a morte do sobrinho em 2012, vítima de um adolescente, e pediu ao deputado federal Coronel Assis (União), relator da proposta na Câmara dos Deputados, que avance com o texto. Leia mais: Audiência em VG acirra debate nacional sobre redução da maioridade penal

Cerqueira abriu sua participação mencionando outra preocupação: a dificuldade de conseguir leitos de UTI na cidade. “Eu tava correndo atrás de UTI para pessoas que tão precisando na Várzea Grande. Um estado rico como Mato Grosso e uma pessoa ficar cinco, seis dias internada por causa de uma UTI… isso é outra vergonha”, afirmou.

Relato pessoal sobre crime marca discurso

Ao tratar da PEC, o vereador adotou tom emocional ao relembrar o caso que atingiu sua família. Segundo ele, o sobrinho foi morto com um tiro na porta de casa, em 2012, por um adolescente.

“O menor matou meu sobrinho na porta da casa do pai dele. Morreu nos braços do meu irmão. No dia da audiência, o menor ainda riu na cara dele. Ficou um ano preso, saiu e tá tocando a vida normal. Mas a minha cunhada nunca mais se recuperou”, disse.

Cerqueira afirmou que a experiência o convenceu de que a legislação atual não responde adequadamente à gravidade dos crimes cometidos por adolescentes. “O menor tem que ser responsável, sim. Um jovem de 16 anos, com arma na mão, sabe muito bem o que tá fazendo.”

Crítica à sensação de impunidade

O presidente da Câmara argumentou que a legislação atual permite que infratores voltem à vida comum sem que o histórico criminal os acompanhe após os 18 anos. “Ele completou 18 anos e a vida dele volta a ser limpa. Quem bateu esquece. Mas a família que perdeu alguém não esquece nunca”, afirmou.

Para Cerqueira, o efeito da falta de responsabilização adequada se estende para a violência urbana. “Se nós não começar a punir esses jovens que já são homens, a violência só piora”, declarou.

Diante das autoridades presentes, Cerqueira pediu ao deputado Coronel Assis que avance com o texto da PEC na Comissão de Constituição e Justiça. “Eu respeito muito Vossa Excelência. Peço encarecidamente que lute. O senhor sabe o que é enfrentar bandido. Lute pelo povo de bem”, afirmou.

O vereador encerrou a fala dizendo que, apesar da dor, não buscou vingança pela morte do sobrinho por convicção religiosa. “Eu sou cristão. Não quis sujar o sangue da minha família com outro sangue. Mas é muito doído e muito sofrido.”

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